Categoria: Portugal
O Céu nesta cantinho do mundo junto ao mar
O sol que iluminou as nuvens do céu após um dia de muita chuva
a história de uns sabugueiros
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o meu país
Olá Lisboa
Uma inspiração
Neste fim de semana que passou fiz uma viagem até uma Quinta e lá aprendi um pouco do que a Mãe Natureza não desiste de nos ensinar. Aprendi o que é um um Jardim Floresta, quais os elementos que fazem parte dele.
Aprendi o que é Permacultura passeando pela floresta, parando, observando e ouvindo a Laura e a Annelieke tinham para nos ensinar. Acordei às 7 horas da manhã e comecei o dia com 45 minutos de meditação numa sala linda com seus olhos abertos para a floresta deitei-me às 9 horas da noite, pus as mãos na terra, fui arranhada pelas silvas, tomei banho numa cascata, comi só comida vegetal, o sol era intenso e convivi com pessoas que sentem fazer parte da natureza.
Apresento-vos a casa de banho onde a água do duche é aquecida por uma caldeira alimentada a lenha ( tinha que se acender o lume duas horas antes do primeiro banho). Podem ver a chaminé a fumegar 🙂
Dormimos aqui nesta maravilhosa Tenda Yurt
A Lua espreitava por um daqueles triangulos. Foi a sua luz que me acordou durante a noite
Com inspiração, tudo é possível!
passar o tempo
As aldeias que eu costumo visitar têm todas um ponto de convívio ao ar livre chamado adro e bancos de madeira ou de ferro distribuídos pelo espaço para a gente se sentar.
No adro comunicaram-se, em tempos, assuntos importantes, porque este era um ponto de encontro espontâneo. Aqui eram anunciadas as boas e as más notícias, um evento importante era ali que acontecia, era ali que os trabalhadores se reuniam para a jornada do dia solar. Era dali que se abalava para qualquer destino, era ali que as crianças se juntavam e brincavam. O adro era o coração de uma aldeia, bombeado talvez também pelos sopros espirituais expirados através das janelas da igreja, a sua matriz. Hoje este coração está vazio, à espera de algo que o preencha.
Quanto aos bancos, os velhinhos sempre os souberam utilizar muito bem até aos dias de hoje. Quando os vejo sentados nesses bancos em dias de sol sozinhos ou acompanhados pelos seus compadres, penso sempre: como eles sabem apreciar a vida ao ar livre!…
A aldeia de Santa Eulália, perto de Elvas! Lembro-me que esta terra tem bancos distribuídos pelo passeio que acompanha a estrada que atravessa a aldeia. Nos fins de tarde de verão, os bancos ficam todos ocupados e os velhos que os ocupam ficam apreciando quem passa de carro. Depois dão palpites sobre a identidade dos passageiros. É um passatempo!
As histórias ouvidas por bancos como aqueles distribuídos pelas aldeias do país inteiro, são histórias de apreciação das vidas de outrora e a sua comparação com as vidas de agora. São histórias que lamentam os valores que se perderam, que lamentam o desapego pela terra, que lamentam as tradições esquecidas, a simplicidade das habitações, lamentam a transformação das relações familiares e de vizinhança. Lembram, com saudade, os ofícios que aprenderam com os seus mestres, as contas de somar e de subtrair que faziam de cabeça…
Estes velhos são uma fonte rica de inspiração para nós, são eles a ponte entre o passado e o futuro. Através deles a riqueza do passado poderá renascer e eu já sei de muita gente nova que não vai perder a oportunidade de estar sentada ao lado desta gente velha num banco de jardim.
Para os velhos que contam as histórias em bancos do jardim, apresento-vos os velhos deste lado da ponte 🙂
“O Sol vai chegar à cidade (…)ao alto os corações”